Os governantes da história que enlouqueceram

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Governar um império ou reino nos termos antigos, costumava ser um negócio bárbaro. Por conta de seus reinados indescritivelmente cruéis, não é por acaso que ao longo da história rotulamos muitos reis e imperadores do passado como “loucos” e “desmiolados”

Mas, por mais desumanas que fossem algumas das coisas realizadas sob suas ordens, infelizmente, essa era a regra do jogo. No entanto, há governantes cuja a sanidade até Deus dúvida. Vamos dar uma olhada nesses governantes menos sãs do passado. Depois de ler, me conte quantos parafusos soltos cada um deles tinha.

Ivan, o Terrível – Matou seu filho em um ataque de raiva

Ivan IV Vasilyevich – apelidado de Ivan, o Terrível foi o primeiro czar da Rússia. Muito inteligente, Ivan conseguiu a proeza de unir os rebeldes estados russos em um gigante império. Porém o que Ivan tinha de inteligência ele tinha o dobro de paranoia. Ivan era um sujeito paranóico, explosivo e instável. E a medida que envelhecia, sua instabilidade mental só aumentava.

Ele desconfiava até da sobra dos nobres da sua corte. Para garantir que ele estivesse um passo à frente seus inimigos, Ivan fundou a sua primeira guarda pessoal batizada de oprichnina. Quem a oprichnina capturasse estava à mercê do temperamento impetuoso e instável de Ivan. Muitas vezes, os suspeitos inimigos do czar eram executados por meio de torturas sádicas e inventivas.

Mas a gota d’água veio à tona em 1581, quando seu filho o criticou por abusar de sua esposa. Em um acesso de raiva, Ivan espancou o seu herdeiro na cabeça com seu cetro até ele sangrar e cair morto no chão. Consequentemente, não havia mais ninguém competente para assumir após a morte de Ivan. Por causa da falta de controle de Ivan, o Império Russo quase desmoronou.

Carlos VI – O rei que pensava que era de vidro

Apesar de começar a reinar com apenas 12 anos de idade, o reinado de Carlos VI da França começou melhor do que o esperado. Em apenas 10 curtos anos, ele recebeu o apelido de “amado” pelo seu povo.

Mas como Ivan, o Terrível logo as coisas começam a desandar. Semelhante ao anterior, Carlos começou a experimentar ataques explosivos de raiva, durante alguns dos quais ele matou seus próprios cavaleiros. Após esses episódios, Carlos VI entrou em um estado de psicose completa. Entre 1395 e 1396, viveu na ilusão de que era São Jorge.

Num dos ataques de insanidade mais bizarros, Carlos se convenceu de que seu corpo era feito inteiramente de vidro. O rei se recusava a tomar banho, proibia as pessoas de tocá-lo e às vezes simplesmente ficava sentado imóvel por horas a fio – tudo para evitar que seu corpo despedaçasse. Apesar de ser claramente insano, Carlos conseguiu manter o poder até sua morte em 1422. Mas nessa época, ele não era mais Carlos, o Amado - seu povo agora o chamava de Carlos, o Louco.

Sado – O fashionista

Se uns são “raiventos” outros são fashionistas. Esse é o caso do Príncipe Sado herdeiro do trono da Dinastia Joseon da Coréia, que governava o país desde 1392. Nascido em 1735, Sado não era necessariamente maluco desde o início da sua vida. Porém tinha um problema, seu pai o detestava a ponto de fazer constantes abusos e humilhações contra o jovem Sado que provavelmente contribuíram para a deterioração da saúde mental do mesmo.

Para tentar fugir do abuso de seu pai, Sado desenvolveu uma obsessão doentia por roupas e moda. Sua esposa escreveu em suas memórias que Sado exigiria ser presenteado com até 30 roupas novas todas as manhãs.

Da montanha de roupas, ele escolheria uma roupa para vestir, e queimava todo o resto. Mas a moda não era a única saída de Sado para seu tumulto interior. Ele estuprava regularmente as concubinas do palácio real, batia e matava qualquer um que ousasse negar seus avanços ou tentar detê-lo. A essa altura, seu pai, o rei, decidiu que já estava farto de seu filho. Daí o velho trancou Sado em uma caixa, deixando o mesmo morrer de fome.

Eric XIV - Condenava pessoas a morte por sorrir

Eric XIV da Suécia subiu ao trono em 1560. Em 1569, ele não era mais o rei. Durante os nove anos que passou como rei da Suécia, Eric venceu algumas campanhas de guerra. Apesar disso, ele nunca conseguiu o apoio total dos nobres da Suécia.  

Isso provavelmente contribuiu para sua paranóia extrema. Sua primeira vítima foi seu próprio irmão, a quem ele prendeu e executou por alegada traição. Após isso, as coisas rapidamente começaram a espiralar para baixo. Tudo o que você precisava fazer para obter uma sentença de morte por traição era sorrir, rir ou sussurrar na presença de Eric.

Porém o ponto de ruptura veio quando Eric acusou toda a família Sture – família proeminente de nobres – de planejar sua queda. Como resultado, todos os membros da família foram mortos, com o próprio Eric matando um Sture com uma faca.

Logo depois, Eric fugiu para a floresta. Três dias depois, ele foi encontrado em uma aldeia vestido como um camponês. Isso foi a “bola sete” para os nobres da Suécia. Quando eles encontraram Eric, prenderam e mataram com sopa de ervilha envenenada em 1577.

Calígula - O pior de todos

Se você conhece história sobre governantes malucos, provavelmente sabe que Calígula não deveria faltar nesta lista. O nome do imperador romano tornou-se sinônimo de sadismo, hedonismo e perversão. Não temos espaço suficiente aqui para listar todos os atos horrendos de Calígula. Ele era o narcisismo incorporado em um homem - nada importava para ele, exceto sua própria diversão.

Por exemplo, ele dormia regularmente com suas próprias irmãs e as prostituía para outros. Durante uma cerimônia em que ele deveria sacrificar um touro, Calígula matou o padre porque achou que seria mais engraçado. Mas se há alguém além dele que Calígula amava, era seu cavalo. Ele tinha um estábulo construído em mármore e até se afirma ter dado ao cavalo o título de padre.

Sem surpresa, os romanos não amavam seu imperador egocêntrico. No final, Calígula recebeu a duvidosa honra de se tornar o primeiro imperador romano a ser assassinado – ele foi esfaqueado 30 vezes para ter certeza de que estava morto.